terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Libertação pode não funcionar

O que mudou depois da teshuvah 3

Em minhas reflexões sempre perguntava ao Eterno sobre as pessoas que iam aos seminários de libertação e não mudavam depois, algumas até pioravam. E isso me deixava meio desanimada, porque às vezes parecia não funcionar. Mas fomos observando que as pessoas que não levantavam voo eram as pessoas que não queriam obedecer e largar os pecadinhos depois que voltavam. Mas nosso entendimento ainda era pequeno, porque não estávamos plenamente na teshuvah.

Também observamos que algumas igrejas praticamente iam à falência depois que recebiam seminários de libertação. Conheço pelo menos uma igreja que rachou depois que fez o seminário e outras que regrediram sensivelmente. E isso nos intrigava. E chegávamos à conclusão de que da mesma forma que as pessoas pioravam porque não queriam obedecer, acontecia igual nas igrejas. E isso foi sendo confirmado quando sabemos até hoje igrejas e líderes sendo massacrados depois que começam a fazer libertação.

Lógico que há a questão da retaliação, do contra-ataque do inimigo, que vai com tudo em cima das igrejas que se atrevem a fazer seminários de libertação. Sei disso também. Mas acredito que se elas quisessem obedecer, os ataques seriam menores e o estrago não seria tão grande.

Este ano me assustei quando passei em frente a uma das igrejas que mais fez seminários de libertação em uma cidade vizinha e vi uma faixa enorme na porta, escrito em letras enormes e coloridas: "Revelation night". Enfim, o desespero por público e a falta de Torah leva a essas aberrações, a regredirem e se perderem no caminho.

Hoje olho para trás e começo a entender todo o processo. É exatamente a falta da Torah que provoca tudo isso. Eles fazem libertação, mas voltam a cair, e ficam ainda piores, regridem, porque não sabem o que devem obedecer, não têm base, falta a Lei. As pessoas e as igrejas pioram porque elas não querem consertar, mudar de vida. E "o segundo estado é pior que o primeiro".

Sim, os líderes de ministérios de libertação são culpados porque não ensinam o cumprimento de toda a Torah. Eles até falam dela, mas só de partes e não de toda a Lei. São até um pouco melhores que os outros religiosos, mas ainda não falam e nem cumprem TODA a Torah. Não sei se eles ainda não receberam essa revelação ou se receberam e preferem não falar disso, para não criar polêmica, porque eles vivem do sistema e sabem muito bem que não seriam mais convidados se começassem a falar essas verdades.

É claro que hoje não concordo com tudo o que os libertadores ensinam, porque tenho outro entendimento. Mas continuo prestando atenção no que eles dizem e escrevem, porque sigo o conselho de examinar tudo e guardar o que é bom, guardar aquilo que se encaixa com as novas revelações que tenho recebido. E isso eu já fazia antes, agora mais ainda.

Mas o que está me deixando triste mesmo é ver que muitos dos libertadores e igrejas que pregavam libertação estão regredindo. A ideia que tenho disso é que eles descobrem uma parte da verdade e começam a seguir, mas não se abrem para as outras partes que o Pai está trazendo à tona. Eles param naquilo e não evoluem. E como falta Torah, um dia começam a regredir, engolidos pelo sistema, contaminados pela mentiras de Babilônia. E isso acontece com todos eles. A maior prova que tive disso foi o email que recebi de um líder de libertação em que deseja boas festas, defende o Natal e critica quem não comemora. Aquilo foi um balde de água fria na minha cabeça.

E aí eu entendo também o seguinte. É necessário que todo o sistema fique desacreditado para que o anticristo institua sua religião única. Por isso a decepção vai ser geral, em todos os níveis e religiões.

E ainda tem a questão do orgulho e a vaidade dos líderes que se envolvem no sistema e da idolatria que as pessoas fazem a esses líderes. Tudo isso vai provocando esse sentimento de decepção e dúvida sobre essas pessoas que nos ensinaram tanto, e agora estão ficando para trás, infelizmente.

Sei que a guerra contra eles é muito grande. Claro que o inimigo faz de tudo para impedir que um deles acorde. Imagine-os pregando por aí a guarda do sábado, a alimentação bíblica, as festas bíblicas. Ia ser um estrago muito grande no reinado da Babilônia.


Leia também
Pré e pós-libertação

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Retiro sbre as duas Casas de Israel e a restauração do Reino

22 e 23 de janeiro de 2011 (sábado e domingo)
Local: Beit Chessed em Teresópolis
Estrada Teresópolis-Friburgo km 7, Albuquerque
Informações e inscrições: (21) 2641-6508 ou 9194 1182

sábado, 13 de novembro de 2010

Conceito de submissão

O que mudou depois da teshuvah 2

Estou repensando completamente o conceito de submissão, mas ainda estou elaborando os pensamentos. Logo vou trazer o resultado dessa desconstrução. Mas já escrevi alguma coisa sobre isso no meu blog.

Leia Os misóginos que conheci, a absolvição das mulheres o espírito por trás da misoginia.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O que mudou depois da teshuvah

Texto atualizado

“A experiência que tive nos momentos de comunhão com o Eterno tornou repulsivas todas as coisas que não estavam de acordo com Ele.” Frank Laubach
"O homem que tem uma experiência nunca ficará à mercê daquele que só tem argumentos." "Então, eu tive aquele encontro com o Eterno do qual nunca me recuperei". Tommy Tenney
“...uma coisa eu sei: Eu era cego, e agora vejo!” João9.25b

Entre libertação e teshuvah quase nada mudou. Quem acompanha meu blog pode estar pensando que não creio em mais nada sobre libertação ou que abandonei tudo que escrevi no meu livro depois que comecei a fazer o retorno à Torah, teshuvah. Mas não é nada disso. Praticamente tudo do meu livro eu ainda creio e sigo. Mudou muito pouca coisa. Porque libertação tem tudo a ver com teshuvah, com retorno à Torah. Inclusive na Torah tem até um dia inteiro por ano para fazer uma faxina espiritual, que é Yom Kipur, o Dia do arrependimento. Então, confessar pecados tem tudo a ver com Torah.

Sim, alguma coisa realmente mudou. E uma delas é o entendimento sobre dízimo e vou falar mais à frente sobre isso. Mudou também o entendimento sobre conquista de cidades. Isso mudou radicalmente. Não creio mais em unidade dos evangélicos. E o último evento de intercessores que participei foi a gota d'água para que eu perdesse a fé em rede apostólica, torres de oração etc.

Eu era militante de conquista de cidades. Os vídeos Transformações eram uma inspiração e sonho. Comecei a campanha Um minuto pelo Rio e inciei uma torre de oração na minha região. Enfim, eu era ativista de carteirinha de unidade e transformação.

Mas quando comecei a fazer teshuvah de maneira mais completa, algumas coisas começaram a me incomodar. Uma delas foi sobre alimentação, e isso ficou muito claro em um evento interdenominacional que participei e fiquei quase sem ter o comer no almoço, porque em quase todos os pratos servidos havia carne de porco (linguiça, presunto etc), este incidente está relatado no meu blog.

A cada reunião da torre que eu participava e cada email sobre o assunto que eu recebia, ia ficando mais e mais inquieta sobre essa questão da unidade. Eu não me sentia em unidade com pessoas que rejeitavam a Torah por inteiro, que só aceitavam uma parte da Torah e rejeitavam a outra parte. Não conseguia mais orar junto com eles, não conseguia mais concordar com suas orações.

E hoje não creio mais em unidade. Não nessa unidade que os evangélicos pregam. Porque eles acham que unidade só engloba os evangélicos de uma única linha de pensamento. Mas há evangélicos que seguem outros mandamentos da Torah e que não são seguidos pela maioria, como alimentação e guarda do sábado. Mas esses são excluídos da unidade. E os judeus-messiânicos nem são citados ou convidados para essa suposta unidade.

E hoje para mim, unidade tem outro sentido completamente diferente. Para mim a Torah é a unidade. Eu creio na unidade com Israel, com as festas bíblicas e não pagãs, com o cumprimento da Torah, como o Messias cumpriu.

Por isso não creio mais em unidade, em conquista de cidades ou torre de oração. Por isso cancelei a torre que dirigia e não participei mais dos eventos de intercessores.

Sempre lembro das palavras do Messias, quando disse que a nossa unidade irá fazer com que o mundo o reconheça, e ele estava falando para Israel. Nossa unidade com Israel é o retorno à Torah. A Torah é essa unidade e é nisso que creio hoje.

Ainda creio em libertação, mas como antes, hoje mais ainda, sou totalmente a favor da autolibertação, sem intermediários. E mais ainda sou contra o exorcismo e ministério do "sai-sai". E mais ainda sou contra o misticismo, os efeitos hollywoodianos e outras práticas estranhas, com muita alma e pouca razão.

E teshuvah sem libertação não funciona. Não adianta apenas parar de fazer as coisas erradas e passar a fazer as certas, não adianta começar a cumprir a Lei e não consertar o passado, ou seja, o início da teshuvah deve ser a libertação, confessar os pecados do passado, reconhecer que errou, e então, depois de confessar, começar o processo de teshuvah, do retorno à Torah, de obediência às leis do Eterno. Teshuvah e libertação devem caminhar juntas.

E estou em busca de toda a verdade e não parte dela. Nesse processo de teshuvah e desconstrução que estou vivendo observei algumas coisas interessantes sobre a verdade.

Nas nossas leituras, pesquisas e muita conversa com o Eterno, percebemos que parece que a verdade foi espalhada pelos vários grupos religiosos, cada um tem uma parte pequena da verdade. Como assim?

Por exemplo, alguém no passado teve a revelação de 10% da verdade e isso começou a aquecer seu coração. Então ele criou um grupo para ensinar a revelação que teve, mas ela não é toda a verdade, é apenas 10%. Como ele não tem os outros 90% da verdade, isso eu que acho, ele inventa um monte de regras e fórmulas humanas – e muitas de inspiração duvidosa. E assim foram criados vários e vários grupos religiosos. Cada um tem uns 10% da verdade, mas não tem humildade para reconhecer os 10% de cada um dos outros grupos e assim completar os 100%.

E a parte cômica e trágica disso é que cada um passou a se achar o dono de toda a verdade e dizer que os outros são hereges, seitas etc etc.

Por isso hoje não me encaixo em nenhum desses grupos religiosos e nem quero criar um outro grupo. Simplesmente estou em busca da verdade por completo e quero montar o quebra-cabeça. Quero encontrar todas as partes espalhadas.

Não quero 10% de verdade e 90% de mentira. Quero conhecer de fato a verdade e ser liberta de verdade. Cada vez mais livre. Amando ser livre.

P.S.: Leia três histórias que ilustram sobre ver só uma parte X ver o todo.

P.S.2: Lembrei-me de outro conceito que foi revisto depois da teshuvah, é o conceito de autoridade. Além de não acreditar mais no ensino de autoridade que o sistema religioso impõem, a tão falada autoridade espiritual, ou seja, que todos devem estar debaixo de uma autoridade humana, não existe isso na Torah, nem no chamado Novo Testamento (não vou discorrer sobre isso, uma simples pesquisa na internet vai trazer muitos artigos sobre o assunto). Além disso, também revi o conceito de submissão ao marido que a religião tanto prega. E também quero pedir perdão pelo que escrevi no meu primeiro livro e ter compactuado com esse ensino deturpado.
Continuo honrando meu marido, continuo reconhecendo a autoridade dele e o papel dele na nossa casa. Mas revi completamente a submissão da mulher que Paulo e os líderes religiosos ensinam (leia um trecho abaixo). A Torah não fala sobre isso, e entre Torah e Paulo, fico com a Torah, sempre.
Hoje entendo a tristeza que via nos olhos de muitas mulheres dentro do sistema religioso, por serem podadas, anuladas, impedidas de levantarem voo por líderes manipuladores e invejosos.
Hoje posso entender a tristeza de muitas esposas que se sujeitavam a maridos misóginos porque a religião ensinava que elas deveriam ser submissas. Quantas histórias ouvi de líderes religiosos que batiam em suas esposas. E quem quiser saber mais sobre misoginia, escrevi alguns textos sobre o assunto no meu blog.
O que eu entendo hoje é que homem e mulher têm papéis bem definidos e diferentes. E quando cada um reconhece e assume o seu papel dentro do lar, há harmonia e paz. Muitos vão pensar que regredi, mas não regredi, e sim voltei à origem, ao plano original do Eterno. Para mim está bem nítido que o homem é o provedor e administrador das finanças e a mulher a administradora do lar, a líder espiritual e educadora dos filhos. Por isso hoje defendo a volta ao lar (leia o livro) para as mulheres, e foi o que eu fiz, e hoje sou dona de casa e complemente realizada e feliz, sem a menor saudade de trabalhar fora, e sem qualquer frustração por ter abandonado a carreira profissional no sentido tradicional, porque continuo exercendo minha profissão de jornalista com meu blog, livro e nas redes sociais. Sim, claro que há casos e casos, mas se a mulher não precisa trabalhar, se ela tem um marido provedor, o lugar dela é em casa, principalmente educando os filhos. E não estou sozinha, muitas amigas minhas estão vivendo a volta ao lar e também não se arrependem, algumas me dizem que se sentem mais leves assim. Eu também.
Para mim não é mais o marido manda e a mulher obedece cegamente. Para mim ambos têm o seu papel de liderança definido, e cada um deve respeitar a autoridade do outro. E quando isso acontece, não há conflitos. A mulher administra a rotina da casa, e cabe ao marido acatar e apoiá-la, principalmente quando o casal tem filhos, porque o homem precisa dar o exemplo. Normalmente é a mãe que ensina o filho a mastigar com a boca fechada, por exemplo, e muitas vezes ela tem que corrigir o marido primeiro, para que ele dê o exemplo. Se o marido não "obedece", como o filho vai obedecer? Da mesma forma o marido deve comer legumes, verduras e frutas (ah, como tenho visto maridos que não dão esse exemplo, rsrs). E aí cabe a mulher "ensinar" primeiro ao marido. Não tenho a menor dúvida de que a mulher é a educadora do lar, e o marido precisa estar "submisso" a essa função, seguindo a máxima de todos que ensinam sobre educação de filhos, que os pais não devem discordar na frente das crianças sobre a educação delas.
E a liderança espiritual também é papel da mulher, ao contrário do que os líderes religiosos querem nos forçar a acreditar. E por termos acreditado nessa mentira por tanto tempo, hoje temos uma geração de mulheres frustradas, esperando eternamente que os maridos sejam os educadores espirituais do lar, e eles não fazem isso, não é natural deles. A esposa espera que o marido tome a iniciativa, e ele normalmente não toma, porque não está no seu DNA. E a mulher que foi podada pelo ensino mentiroso fica se remoendo por dentro, porque a iniciativa dela quer pular para fora, mas tem medo. As mães foram roubadas de seu papel de liderança espiritual (leia meu desabafo), e isso resultou em lares e filhos desestruturados. Mas quando a mãe assume o seu papel, tudo vai bem. Ela passa a orar com as crianças antes de dormir, ou escala o marido para fazer isso algumas vezes (ela é quem administra, é função natural dela), ela assume a educação espiritual das crianças, ela ora pelo marido o dia inteiro, enquanto ele está na "guerra" do trabalho, e pelos filhos quando estão na escola. Ela ensina a Torah para os filhos, e até para o marido, "andando pelo caminho, sentados em casa". E quando a mulher assume sua liderança espiritual, acaba a frustração e tira o peso das costas do marido.
Cada um no seu papel, cada um na sua função. Sem que um "mande" no outro. Apenas seguindo o que já foi definido no nosso DNA, naturalmente.


Leia o trecho do texto do blog:

"A absolvição das mulheres – Depois que fui apresentada a essa doença [misoginia], as mulheres foram absolvidas e minha visão sobre submissão mudou completamente. Interessante que li um texto recentemente (Mulheres, calem-se?) sobre as deturpações dos ensinos de Paulo sobre submissão e agora ficaram muito mais claros quando entendi a misoginia.

E depois dessas duas revelações, entendi que o ensino da distorcida submissão feminina – e que defendi no meu livro e agora peço perdão – reforça e incentiva a misoginia na família e na sociedade, principalmente no meio religioso.

Hoje percebo que isso roubou o papel correto da mulher e prejudicou tantas crianças, as verdadeiras vítimas de toda essa situação, que cresceram e se tornaram misóginos, de geração em geração. E me revolta que o âmbito religioso tenha sido o maior propagador desse ensinamento totalmente errado.

A mulher tem dentro de si uma força natural de liderança, mas isso foi roubado, podado por essas interpretações distorcidas. Se homens e mulheres compreendessem seu verdadeiro papel e caminhassem em equilíbrio, seria perfeito. Mas aí não estaríamos vivendo nesse mundo decaído. Ainda bem que o Reino do Eterno está chegando para restaurar todas essas coisas."

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Redimindo a Disney


Uma reflexão que fiz quando comecei a estudar esses assuntos de desenhos animados e filmes foi sobre a Disney.

Tenho notado que o “ministério cabelo em ovo” coa um mosquito e engole um camelo. Nunca recebi um email pedindo para não assistir Ben 10 ou outro “super-herói”. Também nunca vi protestos contra uma novela comum da TV. Mas recebi várias mensagens de líderes recomendando que o povo não assistisse à novela Caminho das Índias. E é assim sempre que aparece uma novela que fala do mundo espiritual, os líderes não deixam as pessoas assistirem.

E foi aí que liguei o desconfiômetro. Uma das minhas teses é que se os religiosos estão falando mal de alguma coisa, se estão perseguindo, vou investigar. Normalmente se eles não gostam é porque deve ter alguma coisa boa para aprender.

O assunto não é Caminho da Índias, mas quem não viu, perdeu. Tirei muita reflexão boa da novela e fiquei muito indignada em constatar que fomos roubados de várias práticas boas que eles têm, como ter cuidado com o que fala e usar as palavras para abençoar as pessoas. E o que foi aquele casamento? Lógico que ignorando a parte religiosa, o casamento deles é lindo demais, é uma festa de verdade, muita alegria. Os nossos comparados aos deles parecem velórios. Fomos roubados.

As pessoas não assistiram à novela Caminho das Índias, mas assistem às outras que acham que não têm nada demais: só divórcios, brigas, gritarias, pornografia, imoralidade, assassinatos etc etc. Já vi líder de intercessão não querer ir a um encontro de amigos porque era o último capítulo da novela. Mas Caminho das Índias ela não viu. Fazer o quê? Só lamento por ela, perdeu uma grande aula de guerra espiritual.

Então volto à Disney. Todos nós já ouvimos alguém falando mal da Disney, já lemos sobre os boicotes que os evangélicos dos Estados Unidos promovem, já vimos palestras sobre as mensagens subliminares, as imagens ocultas nos desenhos. É, eu também caí nessa.

Mas aí veio a história do Procurando Nemo e depois vi Carros, e depois vi Nárnia. E fui percebendo que os filmes eram ótimos, que as mensagens eram positivas e que os religiosos me enganaram. Comprei todos esses filmes, assisti a todos umas trocentas vezes, sei as falas de cor, me emociono e rio das tiradas inteligentes. E como já disse, mudo o quadro ou tiro o som das cenas de feitiçaria.

Um episódio que me marcou aconteceu com uns amigos religiosos que não tinham visto Nárnia porque é da Disney, mas eles nem sabiam que o livro Crônicas de Nárnia foi escrito por C.S. Lews. Eles não conheciam nada sobre o filme... porque era da Disney.

Enfim, queimam a Disney na fogueira, mas assistem Ben 10 e todos os outros desenhos e filmes horrorosos que existem por aí. Quem entende?

Enquanto o povo fala mal da Disney, vi muitas crianças nas igrejas com seus brinquedos com temas de desenhos na mão, com suas roupas e sapatos dos seus personagens preferidos, com seus monstrinhos, e fazendo suas festinhas de aniversário com esses temas.

Para mim a Disney foi redimida. Assisto, compro os DVDs e gosto muito dos filmes que eles têm feito. Faço a minha seleção, lógico, como seleciono tudo que assisto e ouço.

E estamos contando os dias para a estreia de Nárnia 3.
(P.S.: É, eu sei que a Disney não está no grupo do terceiro filme).

P.S.: Em Pessach (Páscoa) do ano passado queria um filme sobre Moisés para assistirmos em casa com meu sobrinho e lembrei do Príncipe do Egito (Não é da Disney, mas é "secular"). Comprei o DVD e meu sobrinho amou o filme e virou um de seus preferidos, e enquanto assistíamos, eu ia contando a história para ele e comentando sobre as licenças poéticas do filme, mas que não comprometiam a história.

Ensina a criança... Ele tinha dois anos e foi a uma célula de crianças. Um amiguinho estava comendo biscoitos (ou melhor, isopor, argh) e oferece. Ele vê no pacote do biscoito a figura de um monstrinho de desenho animado que aprendeu que não era de Papai do Céu. Aí ele diz: "Não, é feio". E não quis comer o biscoito. Meu herói.

Sobre desenhos animados, filmes e mensagens subliminares

Esse assunto é muito comentado, mas poucas vezes vejo uma reflexão séria sobre ele. As pessoas gostam muito de procurar cabelo em ovo, mas o essencial, a mensagem dos programas ninguém aborda. Falam tanto em mensagens subliminares, em figuras escondidas, em rodar o CD ao contrário, coisas que não me atraem, mas deixam passar o que está explícito. Outra coisa que nunca ouvi falar é sobre a mensagem principal dos desenhos, e não precisa caçar bruxas para saber qual é essa mensagem, é só desligar o piloto automático e pensar um pouco.

Tudo começou quando estávamos na casa de amigos conversando e dois meninos pequenos assistiam ao filme-desenho Procurando Nemo. Nós não conhecíamos e não paramos para prestar atenção. De repente, no meio do filme, começa um ritual de iniciação e os peixinhos cantam uma música em algum dialeto desconhecido. E imediatamente um dos meninos começou a cantar junto aquela língua estranha e ele cantava certinho. Nessa hora nós paramos e olhamos para o menino, para o filme, para o menino de novo. E ficamos assustados.

Depois disso compramos o filme, porque seria objeto de demonstração nas palestras de guerra espiritual. A cena do filme era assustadora e não fazíamos ideia do que eles cantavam. E a mensagem da cena era terrível. Um peixinho trazido do mar é colocado em um aquário e os peixes veteranos fazem um ritual de iniciação para o novato ser aceito na Irmandade Aquariana e cantam uma música em língua estranha. A mensagem estava toda ali. Um peixe pedindo licença para entrar na Era de Aquarius. E nem quero imaginar o que diz aquela música.

Só que o filme é uma gracinha, ensina a obediência aos pais, tem lições boas, é divertido, inteligente e nós gostamos muito dele. E por coincidência, na mesma época passamos a cuidar de uma criança de dois anos para que a mãe dela pudesse estudar, e nós deixávamos a criança assistir, mas sempre pulávamos o quadro na hora da cena do ritual de magia, ela não via aquilo.

Costumo ensinar nas palestras para crianças o que fazer quando for assistir a um programa de TV. Primeiro, claro, selecionar. Não adianta orar e rejeitar maldição de filme de terror ou coisa parecida, não há oração que resolva isso. Não devemos assistir e pronto. A segunda coisa é orar antes e depois de ver o filme ou desenho, rejeitando e cancelando toda maldição, todo feitiço e todo encantamento do filme. E também oramos do mesmo jeito com todos os filmes e desenhos que compramos.

O episódio do Nemo nos fez prestar atenção em todos os desenhos que assistimos e descobrimos que em praticamente todos eles há alguma cena sinistra, que não precisamos de lupa, nem assistir ao contrário para descobrir, está tudo ali, para quem quiser ver. E aqui em casa sempre adiantamos o filme para pular essas cenas ou desligamos o som quando começa a cena. Vou citar alguns exemplos.

Carros (Relâmpago MacQueen) – Esse filme tem uma lição de vida tão linda. Mas há duas cenas sutis, no início e no meio do filme, quando o Relâmpago fica repetindo palavras de auto-hipnose.

Nárnia 1 – Tiramos o som e oramos rejeitando o encantamento quando o senhor Tumnus toca a flauta para Lúcia e ela dorme. Aquela música me incomoda e preferimos não ficar ouvindo.

Nárnia 2 – Fazemos o mesmo quando a bruxa faz um círculo no chão em volta do príncipe Caspian e pronuncia um encantamento em língua estranha.

Príncipe do Egito – Tiramos o som também quando os magos do Egito falam palavras em língua estranha.

Enfim, praticamente todo filme que tem uma cena de encantamento com música ou palavras em língua estranha, então desligamos o som e rejeitamos o feitiço.

Nós não deixamos de assistir aos programas que gostamos, mas ficamos atentos a essas cenas. Seguimos o conselho de examinar tudo e reter o que é bom. Sempre há lições de vida, de superação, de crescimento pessoal, mas não aceitamos as mensagens de maldição.

O que eu não gosto é da idolatria que as crianças aprendem nos desenhos e filmes de super-heróis. A mensagem é sempre que o mundo pode ser salvo por uma pessoa com superpoderes. A ideia de superpoderes não me agrada nada, principalmente de onde vêm esses superpoderes. Vejo como um grande perigo incutir na mente das crianças o desejo de ter superpoderes e fazê-las acreditar que não precisam do Eterno, que elas podem ser autossuficientes ou que podem ter outros heróis no lugar do Eterno.

Em contrapartida, sou totalmente contra ao Ben 10. Fui a um aniversário de uma criança de família religiosa e o tema da festa era Ben 10. Não fazia ideia do que era esse desenho, mas achei horrível. E quando voltei, fui pesquisar e levei um susto com o que li. Um menino que encontra um relógio que lhe dá poderes para se transformar em dez personagens sinistros. Os nomes dos monstrinhos já são assustadores. Para mim o menino incorpora os mostrinhos. O pior é que depois soube de várias festas de crianças religiosas com o tema Ben 10. É um febre e uma praga. Bastaria uma rápida pesquisa na internet e pronto, saberiam que não é apropriado.

Melhor parar por aqui. O assunto é extenso e tenho muitas histórias para contar. Vou escrever em outro post sobre a redenção da Disney.

Ensine a criança... Ver um menino de cinco anos tirar o som das cenas de feitiço dos filmes e ouvi-lo dizer para um comercial de TV que o mundo dele não vai ser destruído, não tem preço.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Como posso saber se liberei perdão?

Tenho dois textos sobre perdão. Coloquei os dois juntos hoje e você pode ver se eles respondem a sua pergunta. Se não responderem, avise e eu posso falar mais sobre o assunto.
Shabat shallom!

Ask me anything

Perdão e confiança

"Mesmo que você não goste de alguém, você precisa amar esta pessoa. Realmente existem muitas pessoas de difícil convivência, as quais definitivamente não gostamos, mas podemos e devemos amá-los". Marcos de Souza Borges (Coty), em A Face oculta do amor

Aprendi uma grande lição sobre perdão e restauração da confiança e gostaria de compartilhar. Não confiar em alguém não significa que não houve perdão. Perdoar um ladrão não significa que se deve confiar nele ao ponto de deixar sua carteira perto dele e sair da sala, se ele não mudou, se não se arrependeu. Perdoar uma pessoa que te molestou quando criança não significa que você vai deixar seu filho pequeno sozinho com um pedófilo, se ele também não demonstra mudança em sua vida.

Conheço uma história que explica bem esse processo. Uma criança foi molestada por um adulto. Quando essa criança cresceu e teve noção do que isso significou espiritualmente na sua vida, depois de passar por libertação, ela decidiu liberar perdão para ele. E foi o que fez e ainda teve a oportunidade de dizer isso a ele. Mas não foi ele que pediu perdão, ela é que decidiu perdoar diante de Deus.

Um tempo depois ela ficou sabendo que estavam querendo trazer uma criança para morar na casa daquele homem, para ele cuidar. Sua reação foi dizer que era contra, porque esse homem, infelizmente, teve um encontro com Cristo, mas se afastou e sua vida ficou, como a Bíblia diz, no segundo estado pior que o primeiro. Além disso ela tinha conhecimento de que pelo mais uma criança havia passado pela mesma situação, com o mesmo homem. Talvez, se a história viessa à tona, outras poderiam aparecer.

Sim, houve perdão. Mas para que a confiança seja restaurada é preciso haver mudança de comportamento. Não perdoamos alguém porque esse alguém mudou, perdoamos porque temos que perdoar. Mas confiamos novamente porque a pessoa mudou. Se não houve mudança, não há como confiar. E confiança leva tempo para ser conquistada novamente.

Se alguém adultera e o cônjuge perdoa, vai levar um tempo para que a pessoa prove que mudou e para que o cônjuge confie nela inteiramente de novo. Isso não quer dizer que não perdoou.

E se não houve arrependimento, se liberamos perdão apenas diante de Deus, não há como confiar novamente na pessoa. Não houve aí um pedido de perdão. Há coisas que nós perdoamos espiritualmente, mas a comunhão com a pessoa só pode ser refeita se houver arrependimento sincero e mudança de comportamento. Isso não é um falso perdão com separação, mas sim uma quebra de confiança. Para se resgatar a confiança é necessário que a pessoa que pecou peça perdão e mostre que não vai fazer mais. Em Lucas diz que devemos perdoar se houver arrependimento: "Tomem cuidado. 'Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: 'Estou arrependido', perdoe-lhe'." Lucas 17.3,4. [grifo meu]

Perdão também não significa passar a mão por cima e fingir que a pessoa não errou. Dizer a verdade, admitir que a pessoa fez algo errado, não quer dizer que não houve perdão. Se a pessoa roubou, é preciso assumir que ela roubou, isso é um fato, não há como mudar. Podemos perdoar, mas não apagar o que ela fez.

“O perdão não quer dizer fechar os olhos para os comportamentos abusivos ou insensatos, nem confiar em quem não é digno de confiança. Perdoar é algo que você faz para você mesmo ter paz; o perdão dissolve a raiva, como se ele fosse um antiácido. É uma forma de olhar para os outros como pessoas incapazes de amar e de apreciar você da forma como precisa. Você perdoa a pessoa, não o ato.” (Kay Talbot, citado por Doris Wagner, em Como ministrar libertação. Vida.. Grifo meu)

"Amigo, eu não estou dizendo que isso seja fácil, mas Cristo claramente diz que é absolutamente necessário. Muitos cristãos não têm poder porque ignoram essa ordem fundamental. Gaste tempo considerando aqueles a quem você possa ter ofendido. Ocorrem tremendos milagres nas famílias quando alguém se humilha e pede perdão por algo de errado que tenha feito. Avivamentos poderosos ocorrem em igrejas inteiras quando um ou dois irmãos realmente acertam suas diferenças. Nós precisamos entender que as picuinhas entre cristãos podem facilmente apagar o Espírito de Deus em toda a igreja! Amigo, o Espírito Santo é muito sensível e você precisa levar seus relacionamentos a sério. E lembre-se, o perdão é uma escolha, não um sentimento. Se você escolher perdoar, Deus mudará seus sentimentos." Gregory Frizzell, em Como desenvolver uma vida poderosa de oração

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Quer ser obediente? Comece pequeno 2

Tenho percebido que as pessoas resistem muito às regras da língua portuguesa e creio que isso faz parte do plano de rebeldia.

Então, além das outras sugestões para obedecer começando das pequenas coisas, fica aqui o alerta para inclusão de mais esta ideia: aprenda a falar correto.

Tenho vivido isso muito de perto, convivendo com uma criança de quase cinco anos. Como é difícil quebrar os vícios de linguagem. Tenho que corrigir praticamente todas as vezes a mesma coisa. "A gente vamos...?" "Hã, o quê?" "Nós vamos...?" (e ela enfatiza o 'nós') "Ah, bom." Mas tenho que fazer isso diversas vezes por dia. É cansativo.

Se as pessoas têm dificuldade para obedecerem a essas pequenas regras, como vão obedecer às Leis do Eterno?

Quer obedecer? Comece pequeno. Comece pela língua portuguesa.

E para ilustrar, vou colar aqui uma história real que publiquei no meu blog.

Burrice pega

É verdade. Estou espantada com algo que presenciei.

Conheci uma pessoa há uns três anos e ela falava razoavelmente bem. Ela estudava, inteligente, fazia poucos erros da língua portuguesa. Não estou falando de coisas difíceis, de regras que só os intelectuais sabem, não, falo desses erros básicos, de vícios de linguagem, tipo "para mim fazer" (Ai!).

Fiquei uns dois anos sem ver essa pessoa e então a reencontro este ano. E qual não foi a minha infeliz surpresa ao perceber que ela voltou com tantos vícios de linguagem, falando coisas que doem o ouvido e a alma também. Um dos exemplos é que o plural quase desapareceu. Ela voltou falando como se fosse normal "as folha", "as pessoa", "as menina" e por aí vai.

Claro que não resisti e perguntei o que estava acontecendo (eu e minha boca grande!). E a resposta que ela me deu foi assustadora: "É que onde eu morava as pessoa (sic) fala (sic) assim, acho que peguei o jeito delas".

Moral da história: burrice pega mesmo.

Tô fora.