sábado, 22 de outubro de 2011

Estoque do livro

Informo que o contrato com a editora Danprewan foi encerrado e este livro não está mais entre suas publicações.
Ainda restam alguns exemplares que estão com a autora.
Interessados em adquirir o livro podem fazer contato pelo telefone (21) 2576-3700 ou pelo e-mail.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Dízimo ou mensalidade do clube?

Dica de leitura do blog Colcha de retalhos

Interessante que praticamente todas as pessoas que ainda estão no sistema religioso e compartilham comigo sua insatisfação e fazem muitas perguntas sobre minha vida fora do sistema, todas elas me perguntam se eu entrego o dízimo e onde entrego, e a pergunta sempre vem com voz de medo. E quando respondo que não entrego dízimo ou ofertas em nenhuma instituição, a pessoa me olha com olhar mais espantado possível.

Só posso pensar que as ameaças nos púlpitos estão fazendo efeito e as pessoas ficam realmente com medo de serem amaldiçoadas se não entregarem o dízimo e ofertas.

Mas o que me chama a atenção é que essas mesmas pessoas não percebem que as promessas de bênçãos que os líderes religiosos fazem para quem abre a carteira não são cumpridas. Os membros procuram ser fiéis na entrega de seus recursos, mas as bênçãos que os líderes dizem que vão segui-los passam bem longe deles. Porque continuam endividados, os familiares continuam enfermos, os problemas só pioram. E eles não enxergam isso. Sei lá, parece o povo que vive apostando nas loterias, sonhando que um dia vai ganhar.

Sei que escrevi defendendo dízimo e ofertas no meu livro, e até quero pedir perdão por isso, gostaria de poder retirar o que escrevi, porque aquilo fazia parte do que eu acreditava naquela época e agora tenho um novo entendimento, depois que descontruí o sistema religioso.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Teshuvah X libertação

Teshuvah sem libertação não funciona. Não adianta parar de fazer as coisas erradas e passar a fazer as certas, não adianta começar a cumprir a Lei e não consertar o passado, ou seja, o início da teshuvah deve ser a libertação, confessar os pecados do passado, reconhecer que errou, e então, depois de confessar, começa o processo de teshuvah, do retorno à Torah, de obediência às leis do Eterno. Teshuvah e libertação devem caminhar juntas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Pessach = libertação

Pessach = libertação. E libertação é confissão de pecados.

Mesmo sendo "mais fácil tirar um escravo da escravidão que tirar a escravidão do escravo", "se o Filho [o Messias] nos libertar, seremos livres de fato."

quinta-feira, 17 de março de 2011

Três formas erradas e ineficientes de lidar com o pecado passado

Segundo Joshua Harris, em Garoto encontra garota

“1 – Minimizar o pecado
O homem tenta minimizar o pecado. Nós tentamos escapar de nossa culpa fingindo que o que fizemos não foi tão ruim. Mudamos nossos valores morais para que eles se adaptem ao nosso comportamento. Subestimamos o pecado e nunca lhe damos o nome que merece. Ao invés disto, dizemos que éramos ‘ousados’ quando jovens. Culpamos nossos invisíveis e incontáveis ‘hormônios’ por nossas atitudes. O pecado não era muito grave, dizemos a nós mesmos. Além do mais, ‘somos humanos’.

2 – Ignorar a santidade
Outra forma errada que o homem usa para se desfazer do pecado é ignorar a santidade do Eterno – assumir que o Eterno é tão tolerante ao pecado quanto nós somos. Esta abordagem é a mais popular entre as ‘pessoas religiosas’, que nunca rejeitariam o Eterno completamente, mas ainda assim não querem se incomodar com a ideia de que um justo juiz que é santo e os chama para serem santos (1Pe 1.15,16). Ao invés disso, tornamos o Eterno à nossa imagem e fingimos que, como nós, ele está disposto a não se importar com o pecado.”

3 – Vivendo uma autojustificação [justiça própria]
A autojustificação pode ser expressa de diversas formas e é vista na vida a pessoa que se choca ao ver que é capaz de pecar. ‘Eu não acredito que fiz isso’, ela diz. Por que está tão surpresa? Porque ela se vê como uma pessoa basicamente boa, ao invés de inerentemente ímpia. Infelizmente, sua tristeza em relação ao pecado não é pelo fato de desobedeceu ao Eterno, mas porque falhou em conseguir viver de acordo com a superestimada opinião que tem de si mesma.
A autojustificação também é expressa pela pessoa que se recusa a aceitar o perdão do Eterno. ‘Eu não consigo me perdoar’, ela diz. ‘Talvez o Eterno consiga, mas eu não.’ Ela pode parecer piedosa, mas afirmações como estas são uma forma de orgulho reverso, que diz: ‘Meus padrões são superiores aos do Eterno’. Ao invés de humildemente reconhecer que seu pecado foi contra o Eterno e que somente ele pode limpá-lo, ela tenta se tornar o seu próprio salvador. Tenta suportar sua própria punição, pagar penitência ao se remoer em culpa, fazendo boas obras ou conseguindo a graça do Eterno através da obediência.”

A maneira correta de lidar com o pecado passado é confessar e deixar o pecado.
"Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia." Provérbios 28.13

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ciclo vicioso

“O ciclo pecado-confissão-pecado-confissão não lida com toda a realidade. O certo seria pecado, arrependimento e resistência”. Neil Anderson

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Examinar tudo, guardar o que é bom

Tenho cuidado para não trocar seis por meia dúzia ou uma jaula pela outra. Mas não quero jogar fora o bebê junto com a água do banho.

O que é guerra espiritual

Trecho do livro Libertação é confissão de pecados (revisado)

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Efésios 6.11-12

“Portanto, submetam-se ao Eterno. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês.” Tiago 4.7

“Na guerra espiritual há dois elementos fundamentais: devemos defender o terreno que o Eterno nos tem dado e devemos contribuir para o avanço do Reino do Eterno.” Martin Scott

O Eterno criou o homem e a mulher. Satanás, o anjo que se rebelou e foi expulso do Céu, declarou guerra ao Eterno. Como ele não tem poder para destruir o Eterno, que é Todo-poderoso, e com um simples estalar de dedos, pronto, não existiria mais Satanás. Por isso a guerra não é entre o Eterno e Satanás. A guerra é entre nós e o inimigo, e ele está determinado a destruir a coroa da criação do Pai, que é a humanidade. O Eterno venceu a guerra, através do Messias, que veio em carne, morreu e ressuscitou. O final da guerra nós todos já sabemos e Satanás também sabe. O Messias venceu.

Mas em toda guerra há as batalhas. E nós, que escolhemos o lado de quem tem todo o poder, nós que somos filhos do Eterno e continuação do ministério do Messias, temos que lutar essas batalhas. Milton Andrade diz que Satanás é inimigo declarado do Eterno e dos homens, porque para ele não há perdão. O homem tem a reconciliação com o Pai, através do Messias. Milton continua dizendo que nós, que somos lavados pelo sangue do Cordeiro, somos os maiores inimigos de Satanás, porque temos autoridade sobre ele e sobre os seus anjos caídos.

A Bíblia nos mostra que no plano espiritual há somente dois senhores, duas fontes de poder, e que o poder de Satanás é limitado, mas o poder do Messias é o poder absoluto e ilimitado do Todo-poderoso,  como diz em Mateus 28.18: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra”.

Martin Scott ensina que o princípio mais importante é que a batalha não está sendo travada entre o Eterno e Satanás, como se ele eles fossem forças iguais, porém opostas. Ele afirma que se a batalha consistisse apenas nisso, na realidade ela já estaria terminada antes de começar. Scott lembra que o início da batalha foi em Gênesis 3.15, quando o Eterno falou à serpente: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. E Scott diz ainda que não cabe a nós a decisão de envolver-nos na guerra, porque nós já nos comprometemos com a guerra. Ele completa que, ou seremos eficientes e tomaremos o terreno, ou seremos ineficientes, deixando de exercer a autoridade em nosso favor ou em favor dos outros a fim de libertá-los.
Charles Colson, usa a Segunda Guerra Mundial como uma analogia ao processo em dois estágios da estratégia do Reino do Eterno:
A morte e a ressurreição do Messias – o Dia-D da história humana – asseguram-nos a sua vitória final. Porém, ainda estamos na praia. O inimigo ainda não foi vencido, e o combate continua feroz. Contudo, o Messias já garantiu o resultado final – a vitória do povo do Eterno em alguma data futura.
O segundo estágio, que ocorrerá quando o Messias voltar, imporá o governo do Eterno sobre o universo todo; o seu Reino será visível e sem imperfeição alguma. Naquele tempo haverá o julgamento final de todos os povos, paz sobre a terra e a restauração de uma harmonia desconhecida desde o Éden.

Quando não resistimos à tentação e pecamos, perdemos uma batalha. Infelizmente, por desconhecermos a guerra e suas regras, Satanás tem vencido muitas batalhas contra os filhos do Eterno. Quando a pessoa se arrepende e volta ao Eterno, Satanás fica furioso e faz tudo para roubar a semente daquele coração. Se não conseguir roubar a semente, ele vai fazer tudo para que a pessoa não cresça. E uma pessoa com 20 anos de caminhada, mas que ainda é uma criança espiritual e não alcançou a maturidade espiritual, não vai incomodar Satanás, porque não atrapalha os planos dele, pelo contrário, às vezes até ajuda.

Precisamos buscar a maturidade, como diz em Hebreus 5.13,14: “Quem se alimenta de leite ainda é uma criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal”. Aqueles que se tornam discípulos do Messias e procuram crescer na vida espiritual, esses passam a ser o alvo de Satanás. Esses são os guerreiros, que aceitaram o desafio do Messias e vão lutar contra o inimigo.

Para Martin Scott, a guerra espiritual não é um departamento especializado dentro do sistema religioso e não deveria ser visto como algo trancado em algum reino místico com o qual somente a elite espiritual pode se conectar. Embora ele concorde que o Eterno conduzirá alguns para o engajamento naquilo que é conhecido como combate em nível estratégico. Para Scott, guerra espiritual é simplesmente viver para o Messias no contexto de um ambiente hostil.

E Max Anders diz que a guerra não se reduz apenas a exércitos lutando. Para ele a guerra é também diplomacia, espionagem, negociações e manobras por trás dos bastidores. E ele diz ainda que quer saibam, quer não, todos os filhos do Eterno estão engajados numa batalha espiritual titânica, não contra as forças de nenhuma nação da terra, mas contra as forças das trevas.

Max Anders diz que o conflito espiritual assume duas formas: a tentação e a oposição espiritual. Quando somos tentados a pecar, temos de fugir, como diz em 2 Timóteo 2.22: “Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Eterno”; e Mateus 26.41: “Vigiem o orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”.

Quando somos confrontados com oposição espiritual, temos de lutar, como vemos em Tiago 4.7: “Portanto, submetam-se ao Eterno. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês.” Muita gente faz o contrário: enfrenta a carne e foge do inimigo. Devemos aprender a diferença de quando devemos nos manter firmes e quando cruzar os braços, e lutar quando devemos lutar, fugir quando devemos fugir.

Anders dá alguns exemplos de situações e como devemos agir: É difícil demais melhorar os relacionamentos familiares? Fique firme e lute. É dureza permanecer moralmente íntegro, ético e honesto em seu local de trabalho? Fique firme e lute. Você se sente tentado a comprar alguma coisa que não está dentro de suas posses? Fuja. Você se sente tentado a assistir àquele programa de televisão questionável? Fuja.

Por que conhecer o inimigo?

“Eu lhes escrevi com o propósito de saber se vocês seriam aprovados, isto é, se seriam obedientes em tudo. ... a fim de que Satanás não tivesse vantagem sobre nós; pois não ignoramos as suas intenções.” 2 Coríntios 2.9-11

Muitos ensinam que falar sobre o que o inimigo faz é estar dando glórias a ele. E é isso que ele quer mesmo, que não falemos como ele age, porque ele ataca sempre da mesma forma, e se soubermos como, identificaremos logo que é ele agindo. Por isso ele faz com que muitas pessoas não ensinem sobre suas ações.

E é isso que Satanás quer. Porque quanto menos soubermos como ele age, mais ele pode atuar livremente em nosso meio. E o que ele fizer, as pessoas acabam atribuindo ao Eterno, e o que o Eterno fizer, muitas vezes pensam que vem de Satanás.

Como Satanás não cria nada, ele só copia, ele age sempre da mesma forma. Como não sabemos como ele agiu em uma situação, não sabemos que é ele que está fazendo as mesmas coisas com outro grupo.

Estudar as estratégias de Satanás não é simplesmente fazer um estudo dos nomes dele, sobre a sua queda, ou sobre suas seitas. Precisamos conhecer como ele trabalha com indivíduos e dentro das famílias. Na Bíblia há várias recomendações para que não ignoremos as artimanhas do diabo. Mas a motivação para estudar as estratégias de Satanás não deve ser o ódio ao inimigo. Tudo tem que nos levar ao Eterno e ele deve ser o nosso foco.

Milton Andrade diz que Satanás e seus demônios são citados na Bíblia mais de duzentas vezes. E ele afirma que isso nos revela que o Eterno de fato tem algo a nos dizer sobre eles. Se a própria Bíblia fala tanto sobre o inimigo, então penso que não está muito correto dizermos que nós não devemos estudar sobre ele. É claro que não devemos exagerar, tirando o foco do Eterno e colocando em Satanás, mas não podemos ignorar como o inimigo atua nas nossas vidas e na nossa família.

Mark Bubeck ensina que, quando consideramos nosso conflito com Satanás, são dois os extremos que devem ser cuidadosamente evitados. A tendência de ignorar esse inimigo e tratar com leviandade toda a questão da demonologia, e a preocupação demasiada com Satanás e o seu reino. Bubeck diz ainda que uma das astutas estratégias de Satanás é manter-nos em ignorância quanto ao seu poder e operação e que ignorar as armas de nossa guerra espiritual fornecidas pelo Eterno para serem usadas contra Satanás e o seu reino é suicídio espiritual.

Ione de Morais Antunes ensina que o discernimento espiritual é um dom e uma prática quase em extinção. E que o discernimento deveria ser a primeira linha de defesa contra o engano de Satanás. É como uma campainha que toca dentro do salvo, advertindo-o de que algo está errado. Ela completa que o discernimento tem a função de distinguir o certo do errado, de tal forma que o certo seja promovido e o errado seja eliminado.

Max Anders demonstra as estratégias que o mestre da mentira usa para nos fazer pecar: convence-nos de que “não é ruim, não machuca”; assegura-nos de que ninguém vai descobrir, e que, enfim, o Eterno vai nos perdoar; persuade-nos de que aquilo com que nos tenta vai realmente nos satisfazer; enfraquece nossas convicções espirituais para que não nos preocupemos; exaure-nos e nos estraçalha a ponto de desejarmos alívio imediato e querermos fazer qualquer coisa que nos dê esse alívio; e distorce nossos pensamentos para que não possamos discernir o certo do errado. E é por isso que ouvimos o tempo todo das pessoas a terrível frase: “Não tem nada a ver”. Não aprendemos a discernir o certo do errado e aceitamos os enganos de Satanás, disfarçados de verdades. E com isso vamos nos contaminando cada vez mais.

Milton Azevedo Andrade diz que Satanás muitas vezes apresenta-nos algo que é 90% verdadeiro e 10% falso. “Se passar, passou” E muitas vezes “engolimos” os 10% de falsidade, mesclados com os 90% de verdade. Milton diz também que assim ele consegue contaminar-nos um pouco que seja. Ele ensina ainda que quando algo não é certo 100%, o Espírito Santo nos adverte. E precisamos estar sensíveis à sua voz. Por isso precisamos praticar o conselho de 1Tessalonicenses 5.21: “Examinem tudo, fiquem com o que é bom”.

domingo, 2 de janeiro de 2011

O que é libertação

Trecho do livro Libertação é confissão de pecados (revisado)

Libertação não é exorcismo, não é regressão, não é "sai-sai". Libertação é confissão de pecados.

Como muitas pessoas só conhecem o termo ‘possesso’ e só entendem que o inimigo está agindo na pessoa quando há uma manifestação demoníaca, a prática comum é fazer exorcismo, ou seja, expulsar os demônios. Mas nem sempre a pessoa foi liberta, porque a causa do endemoninhamento ainda não foi curada. E os demônios continuam com direito de agir na pessoa.

Já ouvi pessoas contando suas experiências em expulsar demônios, em que dizem como foi difícil, mas o demônio ou os demônios foram embora. E a pessoa então acrescenta: A pessoa levantou totalmente liberta. Será?

Hoje entendo diferente. A pessoa só será realmente liberta SE confessar os pecados através dos quais aqueles demônios tiveram acesso à sua vida. Se não houver confissão, arrependimento, eles continuam tendo direito sobre a pessoa e voltam para a ‘casa’ deles.

E outro ponto importante que tenho observado é que só se faz exorcismo quando há uma manifestação visível de demônios, ou quando a pessoa fica inconsciente e quase sempre o demônio fala através da pessoa. Mas há muitas outras de manifestação demoníaca, em que a pessoa não fica inconsciente e quem está perto pode não perceber que é demônio.

Por exemplo, quando um marido tem uma crise de violência e bate na esposa. Quando alguém tem uma crise histérica e agride verbalmente as pessoas. São manifestações demoníacas, mas não são vistas como tal. Porém, quantos de nós já não ouvimos pessoas que fizeram algo violento ou perdeu o controle emocional dizerem depois: “Não sei porque fiz aquilo, parecia outra pessoa. Não era eu”?  Muitos, tenho certeza. E a pessoa tem razão, quase sempre não era ela mesmo que fez aquilo sozinha, ela estava sob a ação de um demônio.

Portanto, há uma grande diferença entre expulsar demônios das pessoas e ministrar libertação. Alcione Emerich diz que não devemos confundir exorcismo com libertação, porque há uma grande diferença entre os dois. Exorcismo é livrar alguém de um demônio, expulsando-o. Alcione usa o exemplo de um lugar com lixo. Exorcismo é espantar os mosquitos e deixar o lixo. Não há garantia que não vão voltar. Libertação é ajudar a pessoa a fechar todas as brechas que abriu no passado e também no presente. É lançar fora todo o lixo, tirar a ‘legalidade’. Os mosquitos não voltam, porque não há mais o lixo para atraí-los. E a cura lida com os estragos causados e deixados pelos demônios (traumas, feridas, mágoas, rejeições, lembranças dolorosas do passado etc) e esse último caso tem sido chamado de cura interior, como diz em Tiago 5.16a: “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados”; e Salmo 32.3-5: “Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; minhas forças foram-se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: Confessarei as minhas transgressões ao Eterno, e tu perdoaste a culpa do meu pecado.”

Emerich diz ainda que o ministério de libertação deve ser enfatizado dentro da cura geral: a espiritual, a física e a emocional (Isaías 61.1), e que esta também deve ser a nossa missão: pregar o evangelho aos homens, curar suas feridas emocionais e livrá-los de todo cativeiro espiritual. E ele completa que a libertação não é um atalho para a santificação. São duas coisas diferentes, mas interligadas, dependentes.

Quem está liberto pode com mais facilidade ter a santificação. Não há como ser liberto sem, ao mesmo tempo, viver uma vida de santidade. Se pecarmos novamente, abriremos novas brechas. Devemos vigiar o tempo todo, porque o inimigo anda ao nosso derredor, procurando uma brecha, por menor que seja, para nos acusar e ter direito sobre nossa vida. O mais interessante é que vigiar o tempo todo não é um fardo pesado após a libertação, passa a ser algo natural. O segredo da libertação é confessar os pecados. Confessar um a um. Pedir que o Espírito Santo que nos lembre de cada pecado não-confessado e assim devemos renunciar aquele envolvimento com Satanás. Como diz em 1 João 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”.

Como diz Emerich, não adianta pecar no varejo e pedir perdão no atacado e orar como muitos costumam fazer: ‘Pai, perdoa a multidão dos meus pecados’. Segundo os dicionários, confessar significa declarar ou revelar a própria culpa ou pecado. E declarar significa dar a conhecer, expor, considerar publicamente, proclamar. Então podemos concluir que confessar pecados deve ser em voz audível e não em pensamento.

Infelizmente, também, o termo guerra espiritual tem sido empregado como sinônimo de exorcismo, em forma de espetáculo, gritarias e pessoas que entram na casa dos outros quebrando um monte de objetos, sem a permissão do proprietário.

E libertação não é apenas fazer um culto de libertação e ficar declarando guerra aos principados e potestades. Ou praticar exorcismo sem tratar a causa do problema e assim tornar a pessoa dependente de cultos de libertação ou dos ministradores. O culto é racional, deve ser consciente e não apenas emocional. A pessoa precisa aprender sobre guerra espiritual antes de sair fazendo atos de guerra. E que é preciso curar a causa dos problemas, ou seja, confessar os pecados e curar as feridas da alma.

No ministério de libertação lidamos muito mais com pessoas, do que com demônios. Neil Anderson, citado por Max Anders diz: “Não tento expulsar nenhum demônio há vários anos. Mas tenho visto centenas de pessoas encontrarem a liberdade no Messias quando as ajudo a resolver seus conflitos pessoais e espirituais. Há muito que não lido diretamente com os demônios de maneira alguma e proíbo sua manifestação”. A pessoa que aprende sobre pecados não-confessados e direito legal de Satanás tem muito mais chance de ter uma vida de santidade.

A Bíblia diz que libertação é para quem permanece firme: “Disse o Messias aos judeus que haviam crido nele: ‘Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” João 8.32. Primeiro eles creram. Depois permaneceram na Palavra e foram libertos através do conhecimento da verdade que foram adquirindo. E o apóstolo Paulo fala diversas vezes em permanecer, não dar lugar ao diabo e purificar-se. Mas às vezes pensamos que conhecer a verdade é o fato de aceitar o Messias, ou apenas crer e aí a libertação acontece automaticamente. O que temos visto é que a libertação deve fazer parte da vida de quem é filho do Eterno.

A base da libertação é entendimento, arrependimento e confissão de pecados. João Batista pregava: “Arrependam-se”: “Ele [João Batista] dizia: ‘Arrependam-se, pois o Reino do Eterno está próximo’ ” (Mateus 3.2). O Messias continuou com a mesma mensagem: Arrependam-se: "Daí em diante o Messias começou a pregar: ‘Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mateus 4.17). A pregação dos apóstolos também foi: Arrependam-se: “Pedro respondeu: ‘Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome do Messias para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38); “Arrependam-se, pois, e voltem para o Eterno, para que os seus pecados sejam cancelados” (Atos 3.19).

Mas parece que nós resolvemos baratear o evangelho e dizer que basta apenas ter fé e todos os problemas serão resolvidos, que basta levantar a mão e se filiar a um sistema religioso e a libertação acontece. Sammy Tippit conta a história de um religioso que pregou por vários anos a mesma mensagem: Os arrependidos devem arrepender-se. E é isso o que está faltando nas mensagens hoje.

Li recentemente em uma revista de palavras cruzadas bíblicas o seguinte texto:
“O significado básico de arrependimento é ‘voltar-se ao contrário’, dar uma volta completa. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para o Messias, e através dele, para o Eterno.
A decisão de abandonar o pecado e querer a salvação no Messias importa em aceitar o Messias não somente como salvador da penalidade do pecado, mas também como dono da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve uma troca de donos; do reino de Satanás para o reino do Messias e sua palavra. O arrependimento é uma decisão livre, da parte do pecador, possibilitada pela graça divina capacitadora que lhe é concedida quando ele ouve o evangelho e nele crê.
A definição da fé salvívica como mera ‘confiança’ no Messias como Salvador é totalmente inadequada ante a exigência do tipo de arrependimento feito pelo Messias.
Definir a fé salvívica sem incluir rompimento total com o pecado é distorcer fatalmente o conceito bíblico da redenção. A fé que inclui o arrependimento é uma condição imutável para a salvação (Marcos 1.15).”

E essa troca de donos deve ser declarada através da confissão de pecados e da quebra dos pactos feitos com o dono antigo, o de Satanás, e é isso que se faz na libertação. Tommy Tenney pergunta como podemos ser povo do Eterno e ainda permanecermos em maus caminhos. Ele diz ainda que talvez nossos maus caminhos expliquem o fato de estarmos satisfeitos somente com a proximidade do Eterno ao invés de desfrutarmos de Sua presença.

Experiência X Argumentos

“A experiência que tive nos momentos de comunhão com o Eterno tornou repulsivas todas as coisas que não estavam de acordo com Ele.” Frank Laubach

"O homem que tem uma experiência nunca ficará à mercê daquele que só tem argumentos." Tommy Tenney

"Então, eu tive aquele encontro com o Eterno do qual nunca me recuperei". Tommy Tenney

“...uma coisa eu sei: Eu era cego, e agora vejo!” (João 9.25b)